as demais, tão agradecida, como confiada; porque entre as púrpuras reais que as outras partes do mundo arrastam ao presépio de Cristo, deita ela, também, um bastão com vezes de cetro e de coroa. Oh, que grande autoridade de nossa fé! Oh, que grande glória de Deus e de sua Igreja! Assim como as bandeiras católicas nunca estão mais levantadas, que quando se abatem humildes à presença de Cristo Sacramentado, e se deixam pisar gloriosamente dos pés do sacerdote que o leva nas mãos; assim os bastões e insígnias militares nunca se veem com mais honra e autoridade, que, quando lançadas aos pés de Cristo, Supremo Senhor dos exércitos, protestam os generais e capitães vitoriosos, que a Deus, e não a eles, se devem as vitórias; a Deus, e não a eles, as graças; a Deus, e não a eles, as glórias.
E na verdade, senhores, ainda que todos os sucessos prósperos da guerra se devem atribuir a Deus, como a primeira causa; na ocasião e ocasiões presentes, particularmente são devidas à divina bondade as graças que lhe vimos dar; porque de tal maneira vencemos sempre, que assim como só Deus parece que maneou as armas, assim só a Deus se devem as glórias. Este assunto, e a primeira prova dele, me deu o senhor marquês, quando se serviu de me encomendar este sermão; porque dizendo, como era bem que déssemos graças a Deus por estas vitórias que nos dera, acrescentou sua excelência estas palavras: Quando chegou o nosso socorro ao Espírito Santo, já o inimigo era retirado, para mostrar Deus que não tem necessidade de nós, e que a vitória foi toda sua.(134)Nota do Autor