Por Brasil e Portugal

Assim é, senhor excelentíssimo, assim é; mas nem por isso se perdeu a diligência do socorro, nem o merecimento e glória de o haver mandado. Poucas horas antes da Paixão encomendou Cristo aos Apóstolos, que estivessem apercebidos de armas, e que quem não tivesse espada, vendesse a túnica para a comprar: Qui non habet, vendat tunicam suam, et emat gladium.(135)Nota do Autor Chegou a ocasião do Horto, investiram a Cristo os quinhentos soldados do esquadrão de Judas; disse o Senhor: Ego suma: Eu sou; e com estas duas palavras caíram todos. Aproveitou-se São Pedro da ocasião, mete mão à espada, avança-se ao inimigo, começa a cortar orelhas; diz-lhe o Senhor: Tá, Pedro: Mitte gladium tuum in vaginam;(136)Nota do Autor Embainhais a espada. Pois como assim, replica Santo Ambrósio: Qui ferire prohibet, cur emere gladium jubet?(137)Nota do Autor Se Cristo havia de mandar embainhar as espadas, para que mandou aos Apóstolos que fizessem tão extraordinária diligência por elas? E se com duas palavras podia e havia de lançar por terra aos inimigos, para que tanta prevenção de armas? A razão foi, São Crisóstomo, para que entendamos, que fazer Deus o que pode, não tira o merecimento aos homens de fazer o que devem.(138)Nota do AutorÉ verdade que Cristo levou a glória de vencer e derrubar aos inimigos; mas os Apóstolos ficaram com a honra