Seguindo a sua chegaram, finalmente, os Reis ao presépio, e adoraram ao Menino Deus em muito mais levantado trono, que deixou no céu; porque estava nos braços da Virgem, ofereceram a seus pés os presentes que traziam: Et obtulerunt ei munera. Pois que novidade é esta? (Repara Santo Agostinho): Nunquid non reges ante in Judaea erant nati? Quare iste adorandus, et ab alienigenis adorandus,non terrent exercitu?(203)Nota do Autor Por ventura não nasceram e viveram em Judeia outros reis nos tempos passados? Pois porque os não vieram adorar e reconhecer com presentes os estrangeiros, senão a este novo Rei, não tendo ele poderoso exército, como os demais, a cujo terror e assombro se humilhassem: Ab alinigenis, non terrente exercitu? A razão verdadeira é tão clara, que não tem necessidade de expositor, e foi, diz Santo Agostinho, porque nenhum dos outros reis, senão este, era o Messias, e só ele havia de encher as esperanças de Israel, e nelas as de todo o mundo. Em profecia destas futuras glórias vieram adorar a Cristo com tributos e presentes os embaixadores da gentilidade (que assim chama David aos Magos): Veniente legati ex Aegypto. Aethyopia praeveniet manus ejus Deo.(204)Nota do Autor E que outras consequências posso eu fazer, senão estas mesmas, quando vejo no meio daquela Bahia o que em nenhum outro tempo vimos, nau holandesa com embaixadores, com presentes: Et obtulerunt ei munera?(205)Nota do Autor Sem dúvida, que estes presentes significam os futuros que eles temem, e nós esperamos. Conjecturam os fins pelos princípios; e porque experimentam o que é, temem o que há de ser: Vidimus stellam ejus, et venimus adorare eum: Vimos a sua estrela, e por isso o vimos a adorar.