papel na conservação do território, o lusitanismo integral de sua ação no Brasil, aqui, como alhures, milícia vigilante do Papa contra luteranos franceses, ingleses, holandeses, a expulsá-los do Rio de Janeiro com o socorro místico de São Sebastião a flagelá-los na Bahia com a palavra sublime de Vieira — mas, por Portugal... Porque estrangeiros, sobretudo porque protestantes, que traziam para a América o clima religioso da Europa, acharam no caminho da invasão os aguerridos colonos, e — sentinelas da Santa Cruz — os seus caudilhos espirituais, os jesuítas. Veio a armada de Estácio de Sá. Mais decisiva foi a intervenção de Nóbrega e Anchieta, armando contra Villegagnon os índios de suas aldeias. Vieram — lentas, grandes, frustras — as esquadras de D. Antonio de Oquendo, o Herói Cantabro, e do conde da Torre. Não deslocaram do continente um único mosqueteiro belga; entretanto levantou e moveu exércitos improvisados a voz de comando do padre jovem, que assumia o púlpito com a impavidez do soldado que escala a sua trincheira. Computamos os algarismos da resistência e da restauração, os sucessos e os infortúnios, desde a recuperação, de 1625, até o êxodo, de 1635, desde o destroço de Nassau na Bahia até a expulsão dos flamengos de Recife. É numerosa a galeria dos cabos, dos mártires, dos "campainhistas", dos emboscados, dos vingadores; fidalgos do reino, capitães de Espanha e Portugal, rudes senhores de engenho de Pernambuco, negros e gentios, ralé, nobreza, clero, que vinte anos de combates ilustraram. Entre eles passa furtivamente uma pobre roupeta. Dir-se-ia não haver lugar, no friso do triunfo, para o operário intelectual. Os outros