sucesso das armas portuguesas", dito após o malogro destas. Oitenta e seis velas vão sobre Recife. Se o conde da Torre tentasse desembarcar em Pau Amarelo a gente que trazia, recuperariam os lusos todo o território usurpado; mas seguiu rumo da Bahia, onde com vagar e cálculo — dando tempo a que Nassau se aparelhasse para o encontro — instruiu aos capitães sertanejos e reabasteceu os seus navios. Foi depois de combinados os movimentos com André Vidal e Camarão que se pôs de novo ao mar, com onze a doze mil homens embarcados, dos quais dois mil, entre os mais provados da campanha brasileira, prontos para o ataque às povoações holandesas. Conduzia essa grossa frota as esperanças dos dois reinos e da província, "toda a esperança do mundo e do tempo" — segundo Vieira — e era o supremo esforço de Espanha, Portugal e Brasil pela fé, pela monarquia e pelo povo. Não se percebia pudesse subsistir a colônia depois do seu fracasso, nem do seu triunfo se esperava menos que à capitulação de Recife. O conde da Torre seria outro Fadrique de Toledo.
Saiu-lhe porém à alheta uma esquadra adversária de trinta e quatro barcos, investiu-a, cortou-a, dispersou-a ao cabo de quatro dias às caronadas e mosquetarias, redundando a expedição numa catástrofe.
Esta mais terrível se patenteou aos baianos, quando viram de volta, num bergantim de dez peças, salvo do desastre e a narrar-lhe o imprevisto, o próprio generalíssimo das oitenta e seis velas, D. Fernando Mascarenhas. Era em princípios de maio, e uma esquadra de vinte navios flamengos do vice-almirante Lichtardt se apresentou diante da Bahia.
Recebera Lichtardt expressas instruções de Nassau para levar tudo a ferro e fogo. Cumpriu-as implacavelmente. O príncipe escreveu depois para Holanda: