Os mitos africanos no Brasil: ciência do folclore

São Francisco, isto é, das partes navegáveis do antigo Y-APO-ARA (y-apó, águas que inundam, inundação, ara, em vez de guara ou uára, o que se alimenta, — o que se alimenta de muitas águas) que os velhos cronistas chamaram OPÁRA e os modernos escritores temendo os Indianistas, não os corrigiram com YAPOARA, como deviam ter ouvido os primeiros Colonizadores, pois assim ainda chamam os índios e seus descendentes, desde Rodélas, no território da Bahia, até Colégio, em Alagoas, se não também os Cariris, espantados lá para as bandas do Maranhão, e mesmo os povos ameríndios da Amazônia.

O Calão Pernambucano em nada perdeu de sua opulÊncia e certamente é o que mais figura nesses últimos anos em quantos glossários e vocabulários vêm apensos a obras relativas ao Nordeste e ao extremo Norte, — não se podendo esquecer que, apesar das contribuições valiosas e vultuosas de Rodolfo Garcia, Campos Junior, Theotonio Ribeiro, Alfredo de Carvalho, Rodrigues de Carvalho e outros, muito e muito se há a conhecer por não dito nem escrito que chegue ao conhecimento de nós outros.

A Bahia oferece ao investigador um campo mais vasto de ação e de surpresas, pois, é semelhança do que de seu território dizem os naturalistas, que o consideram centro de ocorrência da maioria das plantas, dos animais, dos minerais, dos terrenos e dos climas do Brasil, todo o Recôncavo da Bahia de Todos os Santos foi o centro em que se elaborou a criação da maior parte dos Termos do CALÃO BRASILEIRO.

Embora conheçamos os Calões de alguns Estados não nos aventuramos a classificá-los nem distribuí-los, motivo porque os subordinamos às três grandes divisões,

Os mitos africanos no Brasil: ciência do folclore - Página 29 - Thumb Visualização
Formato
Texto