sentado como em cachorro, e sentou-se diante dele. Olhavam-se e não diziam palavra um ao outro. Depois de muito tempo, chegou a Cachorra, morta de sede. Meteu a língua n'água, liépo, liépo, liépo, até se encher. Ia se embora mas, vendo os dois sentados, sentou-se diante deles, enxugando o suor da cara com os braços. E, depois, fez como os outros dois. Olhavam-se e não diziam palavra um ao outro.
A Cachorra, não suportando tanto silêncio, perguntou ao homem o que havia. Ele explicou o embaraço em que estava, não sabendo o que fizesse para ser acreditado. A conversa que tiveram ninguém sabe, mas a Cachorra, por não ter dono e andar pelos terreiros e pelas cozinhas, era mais esperta do que parece:
— O senhor quer saber de uma coisa o medo é a alma do mundo.
Desde esse dia, quem ia à fonte buscar água ou ao mato à procura de lenha, voltava para casa assombrado, sem nada levar.
— Deve ser Quibungo. Bem ele dizia.
Todos procuravam o homem, mas ele tinha ido fazer uma viagem e não voltaria tão cedo. Partira no dia imediato aquele em que a mulher o debochou. Cada qual descrevia a Cachorra de um modo mais fantástico. A perversa, não querendo reabilitar o marido, duvidava.
Afinal chegou o dia dela ir também à fonte, pois a do fundo da casa havia secado, e ir ao mato, pois a lenha que o marido deixara já se tinha gasto. E, diante das opiniões contrárias, teve que se decidir pela desmoralização do marido.
Bem cedinho ela saiu. Meteu se nos matos, andando, andando. Fez o feixe da lenha e deixou-o à beira da estrada. Tomou o pote e foi para a fonte. Encheu-o