brilhantes do mal abafado monturo; já alguns jornalistas mais empreendedores, começavam a falar do imperador e duma modificação da situação até então dominante, com uma franqueza que, a qualquer observador circunspecto, devia parecer o prenúncio duma época prenhe de desastres; nos vidros de todas as janelas apareciam coladas caricaturas imprudentes e desprezíveis, obras primas de fábricas inglesas e norte-americanas, vendidas a vil preço; os próprios atores imperiais não poupavam, no palco, alusões a Pedro-Napoleão, à era da usurpação e do ex-reinado.
O conde de Rio Pardo, então ministro da guerra e inspetor das tropas estrangeiras, a quem, como português de nascimento, estas agitações impressionavam sinistramente, procurou abrir os olhos do visionário imperador para a situação real do seu mal dirigido governo e as "acrobacias, extremamente ameaçadoras e excessivamente populares", da câmara dos deputados; demonstrou-lhe em quanto importava que S. M. imperial se mostrasse aos súditos das demais províncias dos seus domínios, e ali procurasse cativar em seu favor a opinião pública.
Semelhante resolução era, na realidade, da máxima urgência, pois na província de Minas Gerais, já se começavam a reunir numerosos bandos que, instigados pelos respectivos deputados, se declaravam prontos a arriscar a vida em