História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

CAPÍTULO V

Permanecemos algum tempo em Porto Alegre, e ali tivemos suficiente lazer para nos ocupar um pouco com a ciência administrativa, e para lançar um olhar de esguelha sobre a teia da administração público brasileira. Em geral domina, neste particular, o feudalismo dum sistema constitucional aristocrático; o imperador tem o seu poder e a sua renda, como entre nós no tempo do Santo Império Romano; os funcionários públicos são cavaleiros de rapina, que consideram o direito do selo como o direito do mais forte; os burgueses são imbecis, que reputam a palavra do soberano como uma emanação divina. Assim chegamos, com grande esforço, a descobrir os motivos reais porque o nosso exército, sobretudo durante as marchas, estivera exposto a tamanhas privações e porque, na realidade, o nosso general pensava que meia ração de carne e d'água bastava para conservar a vida de um mísero soldado, figura secundária no tabuleiro de