História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

CAPÍTULO XIII

Destarte teria eu tecido o fio dessas memórias transatlânticas até à catástrofe máxima do grande drama, que cedo se desenvolverá aos nossos olhos, com toda sua espetacularidade. Deixei que o herói dessa tragicomédia, D. Pedro I, aparecesse, nas diversas contingências da sua vida familiar e majestática, com as palavras e os atos, conforme os surpreendi na realidade e espreitei nos pergaminhos de Clió; desenhei-lhe o caráter com as vivas cambiantes duma original concentração de forcas, dum contraste singularmente harmonico de contrastes de coragem e de covardia, de astúcia e de imprudência, de capricho e de índole tirânica; descrevi-o como um brasílico Napoleão imperador, isto é, como um Napoleão sem os louros da vitória, sem os pensamentos sanguinários duma sublime elevação d'alma, sem o túmulo rochoso na ilha "santa". Todas estas circunstâncias acessórias possuíam importância igual à da catástrofe; sem fogo não há explosão possível.