CAPÍTULO XIV
Antes que tratássemos da sedição das tropas estrangeiras e das condições da paz de 28 de outubro de 1828, deixamos acampado no arroio do Bote, o exército que sustinha a luta, tão pouco cavalheresca, contra a república de Buenos Aires; o seu perfumado e valetudinário generalíssimo, apesar da sua índole casquilha pretender afetar o tom dum nobre português antigo, não ousava apanhar, com os dedos ósseos a luva de ferro que lhe fora atirada, como o sinal dum leal e decisivo duelo, e preferia, na sua arrogância bem fartada de pastéis e de vinhos generosos, como o rei italiano no "Mergulhador," de Schiller:
"Quem ousa"
Mas ninguém ousava, nem oficial, nem soldado, ousava mergulhar no misterioso abismo do partidarismo, da infâmia, de teia de intrigas e de inglório perigo, para trazer ao orgulhoso chefe uma taça de ouro; Lecor, o Wellington sul-europeu,