História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

do Norte bonita cidadezinha duns dois mil habitantes.

Ali tinha desembarcado o 27° de caçadores e aguardava as ordens do general Barbacena, a quem o imperador, por ocasião do falecimento da consorte e do seu apressado regresso à capital, confiara o comando supremo. Este homem, a quem o Estado devia gratidão e que, certamente, se mostrara algumas vezes político muito astuto e ainda melhor negociante, mas nunca na sua vida fora soldado, confiando demasiado nos seus talentos guerreiros e na proteção da cega fortuna, dera ao seu imperial protetor a promessa inabalável de terminar vantajosamente a prolongada campanha com uma única batalha. Por isso, tivemos ordem de nos transportar rapidamente para São Francisco de Paula, lugarejo distante sete milhas de Rio Grande, a espera da ocasião de podermos, sem perigo, nos reunir ao exército. Era a primeira vez que naquele lugar apareciam tropas estrangeiras; os habitantes, porém, não tardaram em se relacionar bastante conosco, ligaram-se-nos amigavelmente, e as portas de todas as casas nos foram abertas, o que nos lisonjeou duplamente, porquanto no Rio de Janeiro nos fora quase impossível travar relações interessantes. A mocidade em todo o seu vigor, o prolongado e forçado isolamento da viagem marítima, o ardor das esperanças álacres — tudo se conjurava para nos tornar apetecidos os prazeres