História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

desta súbita mudança, a tropa obedeceu à ordem murmurando; só quando chegamos às nossas barracas foi que soubemos ter chegado, poucas horas depois da nossa partida, o tenente-general Lecor, visconde de Laguna, a quem o governo confiara o comando em chefe do exército, e que expedira ordem expressa ao marechal para que se retirasse com a máxima brevidade.

O marechal Braun procurara travar uma batalha, porque estava convencido de sair vitorioso; o nosso atual generalíssimo, infelizmente, seguia num diverso sistema. Era de opinião de que qualquer encontro com o inimigo devia ser evitado, "porquanto, no caso duma batalha desastrosa, o Brasil não poderia pôr em campo um segundo exército, vindo, por isso, vencer o inimigo com a prudência, isto é, com peitas, mas nunca a força d'armas." Depois duma demorada conferência sobre este assunto com o seu novo superior, o marechal, profundamente ofendido, retirou-se furioso para a sua barraca.

O general Lecor era um homem de setenta e dois anos, de aspecto marcial e venerável, e podia ter sido, em outros tempos, um bom cabo de guerra, tanto que a Inglaterra lhe confiara um exército de dez mil homens de seus filhos, durante a campanha peninsular, sob o supremo comando de Wellington e de Beresford; agora, porém, talvez por demais adiantado em anos, ou não tendo acompanhado de perto os progressos do