em diante me chamarei Macedo de Barcelos de Contas. Talvez seja mesmo eu quem o sr. procura.
Tal é, com efeito, o uso em Portugal e no Brasil. Os nomes não variam, como em nosso país. A semelhança causa muitas vezes enganos lastimáveis e quiproquós engraçadíssimos. Quando se conhecem os Soares, os Pinto, os Silva, os Guimarães, os Serra, os Pacheco, e os Cabral, conhece-se todo o Império. Para se distinguirem os indivíduos, é necessário inverter os nomes, misturá-los, prolongá-los de cem modos diferentes. Um chama-se, por exemplo, Soares Pinto, outro Pinto da Serra; este Guimarães ou Silva; aquele Guimarães da Silva, ou Pacheco Guimarães, e assim por diante. O método é fácil. Dirige-se uma nota aos jornais do lugar, na qual se declara assinar, d'ora em diante, Cabral da Serra em vez de Cabral somente; e todas as formalidades estão preenchidas e o respeitável público não tem nada a dizer dessa transformação, nem tampouco o ministro da justiça.
Se a semelhança dos nomes faz nascer confusões, os inconvenientes resultantes desse estado de coisas são mais graves ainda.
Nem sempre é fácil acompanhar, nos atos civis, as modificações feitas em nomes patronímicos. O nome do filho já é diferente do do pai. Se a terceira geração se dispõe ainda a alterar o seu, a filiação torna-se difícil, para não dizer impossível de estabelecer. Essa liberdade ilimitada, tomada por cada um de se chamar como quiser, engendra forçosamente, em