porque ocupa muito lugar. Será preciso perdoar-lhe as pretensões a majestade. Com ares de princesa de teatro, é boa menina no fundo, e por menos que se viva em sua intimidade, mostrará logo o segredo dos seus grandes ares.
Tem raça latina, não esqueçamos. Eis por que alimenta uma tendência involuntária pelo número, pela ostentação e pelo aparato.
O sistema de nomes que não têm fim foi aplicado às cifras. Estas, mesmo para as somas mais vulgares, desdobram soberbamente as suas linhas, como a impor o respeito.
A verdade é que se fica um momento perplexo. Mas depois de ter esfregado os olhos, a gente não tarda a se convencer de que as cifras não representam, com a sua imensidade exagerada, senão um valor ridículo, a ponto de chegar um conto e 56 mil réis a representar 3.168 francos da nossa moeda.
Mas vejam como a arimética portuguesa tem boa aparência sobre o papel:
1:056$000 réis
Não nos parece ouvir um barulho atordoador de milhões? São milhões, com efeito, mas milhões de réis, e é preciso 20 réis para fazer um vintém.
O sistema monetário adotado num país revela algumas vezes a chave do caráter do povo que o habita. Ora, sabemos como o brasileiro é vaidoso.