espalharam-se, ambíguas, obscuras, dizendo, por consequência, tudo quanto se quer que elas digam, como as Centúrias de Nostradamus. As revelações que produziram mais efeito foram as de um profeta anão, designado pelo nome de "Pretinho do Japão". Foram também as da irmã Leonarda, religiosa do Porto, que anunciava a próxima vinda do monarca.

Segundo o dr. Walsh, todos os personagens que prestaram algum grande serviço a Portugal foram tão considerados por seus contemporâneos como o foi d. Sebastião. D. João IV, que reconquistou o seu reino ao espanhol, teve essa honra, como mais tarde o marquês de Pombal. Em 1830, o rei, três vezes centenário, ressurgia nos traços da infanta d. Teresa.

A seita sebastianista aumentou sem cessar tanto na Europa como na América. A crença dos seus fiéis é tão viva em relação a d. Sebastião quanto a dos judeus em relação ao Messias. Citam-se adeptos cuja convicção cega deu lugar às aventuras mais extravagantes.

O sr. Ferdinand Denis registra a aposta de um coronel Sousa Menelas com Mourão Telo. O coronel comprometia-se a pagar dez contos de réis, se, ao cabo de dez anos, d. Sebastião não tivesse aparecido.

Todo o mundo no Rio conhece o negociante da rua Direita que, remetendo os seus artigos aos fregueses, lhes dava a faculdade de os não pagar, senão no dia da chegada do rei.

Não sei se o coronel cumpriu a combinação no fim do decênio. Afirma-se, porém, e acredita-se sem dificuldade,