lograram mais que indiferença, ingratidão e desdém. O sr. Lebréton, o presidente, sucumbiu de desgosto. Alguns dos seus companheiros vegetaram penosamente, e os outros viram-se forçados a regressar à Europa (2).

Os anos decorrem, mas a situação fica na mesma. Hoje um europeu de certo mérito, que pretendesse utilizar seus conhecimentos para arranjar posição honrosa, se veria exposto a cruéis dissabores. O solo do Brasil, de prodigiosa fertilidade para os traficantes de toda espécie, seria para ele de uma esterilidade assustadora, a menos que o neófito não seguisse o conselho que S. M. d. Pedro se dignou me dar.

Já que a ocasião é favorável, enquadrarei nestas páginas sinceras o retrato do atual imperador do Brasil. Essa figura, notável por vários títulos, não é bastante conhecida na Europa. Serei feliz de colocá-la no seu devido lugar.

Bem diferente de seu pai, cujo temperamento impulsivo e caráter turbulento não se acomodavam à serenidade, d. Pedro ama o estudo, consagra-lhe todos os instantes que lhe deixam vagos os negócios do império. Fundador do Instituto Histórico, ele faz-se notar, entre os membros dessa associação, pela assiduidade em acompanhar os trabalhos. Mais de uma vez tem-lhe acontecido aí fazer leituras de grande interesse.

Graças a uma disposição toda particular e a invulgar aplicação, d. Pedro fala quase todos os idiomas