comissão. O judeu que adquiriu a couraça teve ainda um lucro de cem mil libras. Mas todos ficaram contentes, uma vez que a marquesa obteve o adereço.
Será preciso citar a carruagem que figurou por 30 mil libras nas despesas do mesmo rei Luiz XV e que não valia mais de cinco mil? 500 por cento de benefício. Bela soma, não acham?
Em que proporções foi feita a partilha dessas 30 mil libras entre o proprietário da carruagem e os seus nobres protetores? É o que infelizmente a história deixa de registrar.
O rei não ignorava nenhuma dessas falcatruas.
Como o duque de Choiseul, indignado, lhe propusesse a demissão de todos esses desbriados, mais ou menos bem colocados, que o exploravam sem recato.
— Quereis então suprimir a corte? Observou Luiz XV.
Será mister acrescentar ao rol a famosa lâmpada que custou a Catarina da Rússia 1.200 libras? É preferível calar.
Sem dúvida, os três episódios que acabo de referir pertencem ao último século. História antiga, acredito. E a frase de Luiz XV, é força confessar, não seria tão exata no presente, ao menos deste lado do Atlântico.
Não é que os modernos cortesãos tenham ganho em moralidade. Deus me guarde de semelhante opinião. A revolução de 89 roubou-lhes certas ilusões, sem, contudo, retificar-lhes as ideias. Se, portanto,