Todavia, devemos declarar-vos que não nos é possível consentir que uma escrava se sente em nossa companhia.
— Penso da mesma maneira que o meu ilustre amigo, declarou o capitão Valcoreal.
Ficamos por momento perplexos diante desta audaciosa pretensão.
— Vamos! Teremos a repetição da cena da sumaca? observou o corretor, com os sobrolhos franzidos.
Manuela interrogou Justino com um olhar, para saber como agir.
— Fica em teu lugar! ordenou o meu amigo.
Dirigindo-se aos mulatos disse secamente:
— Esta senhora não é uma escrava. É livre como os senhores e eu próprio. Visto eu admiti-la em minha mesa, os senhores também o poderão fazer. Se isto lhes repugna, não lhes será difícil continuar o seu caminho, e se não ficarem satisfeitos, tanto melhor. Agora reflitam e comecemos a refeição.
Os capitães recuaram um pouco, entenderam-se em voz baixa. Seus olhos brilhavam. Enquanto Santa Maria falava, Valcoreal segurava o cabo das pistolas.
A influência detestável do preconceito poderia ter sido causa, nesse momento, de um conflito sangrento entre nós. Desejoso de o evitar, aproximei-me dos brasileiros.