O índio astuto arrasta-se até o tio Barrigudo e corta a corda amarrada em volta do corpo do velho. Escorregam os dois até os cavalos. Uma vez montados, estão certos de que toda a perseguição se torna impossível, devido ao estado em que se acham as mulas.

A última cena já é conhecida.

E dizer-se que essa arrojada combinação foi concebida no cérebro de um desses selvagens que acreditamos completamente embrutecidos!

Dizer-se que esse plano foi executado em pleno dia, diante de cinco canos de espingardas, por um único indivíduo, e ainda que este indivíduo, tão desprezado, conseguiu passar, iludir, em primeiro lugar, dois negros interessados em desconfiar de um índio, depois, dois policiais rancorosos, que traziam abertos olhos e ouvidos, e enfim, dois brancos, tornados, por força de circunstâncias, os aliados dos policiais!

Eis o que dificilmente admitirão os que ignoram a vida nas florestas, e também os que, dando fé aos documentos brasileiros, consideram até hoje os botocudos como pertencentes a uma raça inferior, mesmo entre os índios.

Seria tudo isso uma exceção? Custo a crer.

Ainda mais, de agora em diante, tenho fundamento para sustentar que os adoradores de Taru, o deus terrível, mas justo (fórmula consagrada pelos botocudos)