convida-te à felicidade dos imortais. Macaé! Macaé! Macaé!
Presa de um transporte amoroso, o jovem guerreiro quer precipitar-se. De repente, escutam-se uns estalidos, acompanhados por um grito semelhante a um soluço. Macaé treme e cai sobre a relva da margem.
Taru exaltou a prece do pajé. Porque a ilha, arrojada com força, acaba de esbarrar contra a borda do lago. A voz cala-se, em seguida, e a maravilhosa visão de mulher, que se balançava nas águas, desaparece.
Pretendem uns que a ilha, afugentando o corpo da sereia, acabou por esmagá-lo de encontro aos rochedos que se levantam nesse lugar, às margens do lago. Esquecem, porém, que, segundo a teologia dos botocudos, a mãe-d'água é um grande ou um pequeno gênio, e, portanto, imortal.
Outros são mais lógicos em suas apreciações. Pensam que a mãe-d'água, esclarecida pelo fenômeno da ilha volante sobre as verdadeiras intenções de Taru, renunciou aos projetos de sedução. Mergulhou no lago e retornou ao seu palácio aquático, deixando Macaé e Miranha entregues ao seu amor.
Abrindo os olhos, o guerreiro botocudo vê a virgem, que o contempla com o mais doce dos seus sorrisos.
— Como és bela, e como te amo! disse ele.
Deixando de ouvir a voz da sereia, Macaé subitamente recupera a razão. O seu coração não vê outra imagem senão a da sua noiva.