Mulheres e Costumes do Brasil

visto como em sua casa não faltavam copos, nem talheres.

Dois belos jarros com flores rematavam a garridice da mesa.

O copeiro, de boa aparência, ocupava o seu posto à direita do senhor. Duas mucamas, de corpos seminus, cada qual com a sua linda rosa metida entre os cabelos, postavam-se atrás das senhoras. Eram duas jovens mulatas, de corpos flexíveis, sorrisos provocantes, olhares ousados, cujos traços, como os do moleque Fidélis, não escondiam um ar de família comum entre o fazendeiro e seus filhos.

Tem-se a liberdade de pensar, como o Sr. Werneck, que a "sã moral" nada tem a censurar dessa semelhança "fortuita", sem dúvida, entre o senhor e os escravos.

As duas senhoras, de vestido de seda decotado e o cabelo enrolado como uma coroa, não pareciam mais, nesse momento, aquelas criaturas preguiçosas que havíamos surpreendido, entregues às delicias do cafuné.

Tínhamos o direito de nos admirar, em todo o caso, de que se lhes abrissem as portas dos aposentos interiores, porque, ainda hoje, o famoso provérbio português pesa sobre os costumes, e as senhoras, retiradas para os fundos das casas ficam, em geral, invisíveis aos estrangeiros.

Foi por certo o nome do Sr. Clemente da Serra, amigo do fazendeiro e de Fruchot, que produziu esse milagre em nossa honra.