une esclave t'a donné son lait". Escandaloso afinal como celeiro informativo da nossa história, dos nossos dias passados, da nossa acidentada formação nacional, em meio de um estado de coisas que o próprio Expilly (e ai se estriba a sua defesa) fundamenta no trecho de um jornal da época, firmado de punho brasileiro, e insculpe matreiramente no pórtico do seu livro.
Tudo isso, creio, me põe à salvaguarda da pecha de escritor antipatriótico. Outras muitas versões se têm dado à lume, onde esse possível antipatriotismo se evidencia de modo mais irritante. Quem desconhece o acervo de ironias que os viajantes esclarecidos que nos têm visitado, em todas as idades, vão largando daqui e dali, nos seus polpudos relatórios, como quem atira a esmo inúteis pontas de cigarros, mas de cinza ainda quente?
Ao menos, o atrabiliário Charles Expilly, se muita vez amarga nas suas apreciações, tem por si o mérito de condenar ao exagero uma instituição que no decurso de séculos nos infelicitou as páginas da história, num regime cruel de opressão que a seu ver era uma iniquidade. "L'iniquité retranchée dans une logique impie, c'est le blasphème incarné dans le burreau".
Julgue o leitor esses capítulos com o espírito tranquilo, desprevenido de falsas patriotadas, dessas clássicas patriotadas que nos fazem, esquecidos de lavar a roupa de casa, estremecer de rancor se alguém de