fazem, cada dia, os proscritos voluntários do velho mundo!
Oh! Se as planícies calcinadas do deserto consentissem em trair, para nosso assombro, os segredos terríveis dessas vítimas do amor, do interesse, da política, da ambição, que lhes vêm pedir o esquecimento do passado!
Por minha parte, deparei muitas dores acerbas, muitos sofrimentos profundos, muitas existências desoladas, do outro lado do oceano. Descobri muitas feridas incuráveis. Ouvi também lamentáveis descrições nas horas de abatimento que sucedem às de agitação, muitas vezes estéreis, da vida de aventuras.
Certo, creio-me autorizado a dizê-lo: não se supõe, na Europa, o número de infelizes que o choque das paixões e o antagonismo dos interesses atirou no meio dum concerto de maldições e soluços, sobre as margens banhadas pelo oceano Índico.
Não quero aqui falar dessa classe, de resto tão interessante, dos deserdados da fortuna, dos párias da nossa orgulhosa organização social que, depois de esforços encarniçados, mas infrutíferos, expatriam-se para não morrerem à fome. Trabalhadores extremados, a quem o espectro da miséria aterroriza, vão procurar em latitudes inclementes, porém menos povoadas, o lugar que a velha Europa lhes recusa, a parte do sol a que têm direito todas as criaturas de Deus.
Para mais forte razão, não penso, reunindo muitas observações, nessas aves de rapina, cavalheiros de