O paganismo e o catolicismo, vivendo em estreita fraternidade, à vista do crescimento da população e da conquista do conforto — eis a resultante das instituições, dos costumes, das necessidades do Império.

Fruchot era inteligente, porém completamente desprovido de recursos. Somente o trabalho o faria viver.

A música desapareceu diante do negócio. O orgulho humilhou-se em face da necessidade. Não podendo, por falta de meios, empreender um comércio qualquer, Fruchot dedicou-se à corretagem.

Um músico que se faz corretor não é mais extraordinário aqui do que um homem de letras que se transforma em fabricante de fósforos.

Agora que o leitor conhece o caráter, os antecedentes e a posição do personagem com quem vamos lidar, prossigo na minha história.

Voltando à fábrica, depois da nossa entrevista, eu não cessava de pensar no começo da confidência amorosa de Fruchot.

Quem seria essa criatura magnífica que se apoderara do seu coração? Que queria ele provar com esses detalhes que dificultam o julgamento?

Fruchot é, sem dúvida, um rapaz espirituoso. A prova é que eu o escolhi, outros tempos, para colaborar no famoso melodrama de que já dei notícias. Mas aquele cabelo e aquela barba de um castanho desesperado (restituo a Nadar a expressão pitoresca que lhe pertence), aquele rosto, que mais parecia uma escumadeira,