história fabulosa da descoberta e da colonização da Bahia de Todos os Santos por Diogo Álvares ou Caramuru, como o chamavam os indígenas.

Esta palavra significa de acordo com Rocha Pita, "dragão que sai do mar".(112) Nota do Autor Diogo Álvares, que se dirigia para a Índia, em 1510, naufragou nas costas da Bahia e foi o único entre todos os seus companheiros que não foi comido pelos tupinambás, habitantes do país.

Impôs-se mediante o uso de sua arma do fogo, de sorte que adquiriu grande poder sobre os selvagens. Viveu longo tempo entre eles, e quando mais tarde os portugueses se apoderaram do país, foi o intérprete deles junto aos habitantes. Este fato histórico foi embelezado pela tradição, que fez de Diogo Álvares um personagem semi-mítico. Este, diz-se, ganhou o amor de Paraguassu filha de um chefe indígena, embarcou com ele num navio francês e chegou à França, onde se casou. O rei e a rainha da França foram os padrinhos de batismo da esposa. Logo depois, Álvares voltava para a Bahia com sua mulher, agora chamada Catarina, mas teve um conflito com Francisco Pereira Coutinho, que era o donatário da capitania da Bahia e foi levado preso por seu adversário que espalhou a notícia de sua morte.

Paraguassu desesperada e querendo vingar o marido, excitou então os tupinambás a se revoltarem contra Coutinbo, venceu-o em uma luta obstinada e acabou por matá-lo. Diogo Álvares, libertado por sua mulher, submeteu-se ao novo governador geral