O Brasil literário: História da literatura brasileira

muito antes do Romantismo. No Brasil, estes movimentos literários sempre chegavam com considerável atraso, mas agora, graças ao gênio poético de José Bonifácio, nós é que nos antecipávamos. A hipótese de haver precursor desta ordem é aceitável, pelo menos do ponto de vista doutrinário. Mas francamente não é o caso de Américo Elíseo.

b) Essas citações não dizem nada a favor do Romantismo do poeta, pois na mesma ocasião em que os cita, fala em Apolo, Gregos e Romanos etc..

c) Traduz Young. Mas o Sr. Afrânio Peixoto se esquece de dizer as outras coisas que José Bonifácio traduziu. Completemos a sua lista de traduções: traduziu dois trechos da "Teogonia", de Hesíodo, a que dá tanta importância que a antecede de uma "advertência", em prosa, onde afirma que encontra no grego "trechos do grande valentia e sublimidade." Traduz ainda a ode Primeira das "Olímpicas" de Píndaro, que ele considera "o maior e o mais sublime dos líricos antigos". Traduz Meleagro; traduz Virgílio; tem poemas que chama uns "sáficos" e outros "anacreonticos" e a outros, por fim, "báquicos". A quase totalidade das peças que José Bonifácio verteu era constituída, pois, de autores clássicos e o pré-romântico Young, aparece apenas como exceção que serve para confirmar a regra.

d) Verso branco nunca foi sinal de Romantismo. Muito antes de haver Romantismo já havia poesia e o verso nascera branco, sendo a rima aquisição posterior (ao contato da poesia árabe, como quer Sedillot). Se verso branco fosse documento, teríamos que recuar o início do nosso Romantismo até Basílio da Gama, cujo "Uraguai" é todo em versos brancos.

f) Esta nota brasileira é excessivamente tênue. Não merecia ser assinalada.