O Brasil literário: História da literatura brasileira

g) Quanto à liberdade da Grécia está certo, mas quanto ao Brasil, analisemos os fatos com mais cuidado.

Realmente em "Ode ao Baianos" encontramos esta estrofe:

Amei a liberdade e a independência
Da doce cara Pátria e quem o luso
Oprimia sem dó, com riso e mofa,
Eis o meu crime todo.


Esta demonstração de patriotismo do poeta não convence, porque, pelo menos a julgar pelos seus versos, o seu patriotismo sempre foi um patriotismo... português. Em 1820, pelo menos era assim, o que nos dá a impressão de que ele não sofria tanto com o jugo lusitano, pois que, nesta ocasião, fazia uma ode "no gosto oriental" ao Senhor D. João VI.

O infante que apenas lava os beiços
No leite maternal, teu doce nome
Já repete risonho...


Antes disso, já se havia esfalfado na realização de uma ode ao Príncípe Regente de Portugal:

João, do Brasil glória e esperança!

Terceira ode bajuladora perpetra ainda para o Senhor D. João VI "no faustíssimo dia 13 de Maio de 1820":

E tu, João Augusto, ouve estes versos
Que o Brasil arrancou do esperto peito.


José Bonifácio sente-se feliz em ver o Brasil qual

nova China
Que teus lusos povoam fértil, rica.


Às páginas 68 de seu dissaborido livro chama o Brasil de "Nova Lusitânia", o que não era muito honroso