O Brasil literário: História da literatura brasileira

diz ele próprio, a flor de sua idade.(119)

Nota do Autor

Foi enviado, como a maior parte dos brasileiros que queriam adquirir educação mais extensa, à Universidade de Coimbra, onde se matriculou como estudante de Direito em 1763 e adquiriu o grau de bacharel cinco anos mais tarde. Depois de haver desempenhado as funções de juiz real em Beja e outras cidades, deu-se-lhe o lugar de ouvidor em Vila Rica. Foi lá que se uniu a Cláudio Manuel da Costa e a outros poetas de Minas e conheceu Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, que ele cantou sob o nome de Marília e cujo amor o tornou poeta.

Como juiz, Tomás Antônio distinguiu-se logo e de tal modo, que os governadores sob os quais servia, consultavam-no sob todos os assuntos administrativos de importância. Passava, além disto, em toda a capitania com um dos homens mais virtuosos e mais hábeis, mas esta reputação e seu nobre caráter acarretaram-lhe a ruína. Tomás Antônio acabava de ser nomeado conselheiro na Corte Suprema da Bahia e ia desposar sua querida Marília, quando foi descoberta a "Inconfidência de Minas" na qual estava comprometido. Em vez de voar no seio do amor, foi carregado de ferros e remetido ao Rio de Janeiro. Seus juízes, entre os quais estava seu colega de universidade, o poeta Antonio Diniz da Cruz e Silva, não puderam encontrar outras provas de sua culpabilidade, além de sua ligação com numerosos dos conjurados. Foi acusado de ter tido conhecimento de seus projetos e de tê-los favorecido, aconselhando ao intendente fazer cobrar imediatamente