enviou entre outros, a seu amigo José Basílio da Gama, a descrição poética de sua viagem sob o título "O templo de Netuno" e outra composição alegórica, "A gruta americana" em que tentou, antes de qualquer outro, aliar as imagens da pátria às comparações da mitologia clássica.

Mais tarde, mudava-se para o Rio de Janeiro, onde fora chamado como professor de Retórica e Poética. Em Agosto de 1782, abriu seus cursos na presença das pessoas mais destacadas da cidade e com a aprovação do vice-rei Luís de Vasconcelos e Souza, grande amigo das belas letras e que o honrava com sua amizade. Animado por este dignatário, fundou, como dissemos a "Arcádia Ultramarina" com José Basílio da Gama, que vinha de volta à pátria e algumas outras pessoas. Procurou mesmo cultivar a poesia dramática no Brasil, promovendo com seus amigos um teatro de amadores. Queria antes julgar estes ensaios para, em seguida, representar os trabalhos mais felizes no teatro público da capital. Embora numerosas entre estas peças tenham obtido sucesso, nenhuma chegou a ser publicada e os nomes dos seus autores caíram no esquecimento.

Infelizmente, o liberal Vasconcelos foi substituido pelo sombrio Conde de Rezende, que, dando ouvidos aos delatores, fez fechar as reuniões poéticas, nas quais não via nada além de um clube político. Para o governador bastaria ter comparecido a uma das reuniões para ser preso sem julgamento. Denunciado pelos franciscanos, que encaravam a Arcádia como um clube jacobino, Manuel Inácio, foi metido, sem outra forma de processo, com numerosos de seus companheiros nos calabouços subterrâneos da Ilha das Cobras, onde foi mantido por mais de dois anos, até a chegada de uma ordem expressa de soltura, emanada do governo da metrópole.