Não é romântico, mas absolutamente clássico quem fala em "euros suspendidos", "gentis Camenas", "os frescos vales do sagrado Pindo", "zéfiro prazenteiro", "bárbaras Napéas", "divina Urânia", "ódio de Jove", "tágides", "férvidos etontes", "buliçoso favônio", "negro Averno", "o festivo esquadrão dos Cupidinhos"... Enfim, todo o aparato mitológico dos clássicos está em José Bonifácio, imponente no seu ranço.
Agora, se se quiser pôr de lado o Romantismo como realização efetiva e rastrear-se na nossa história literária, os primeiros indícios de Romantismo, como teoria ou postulado programático, aí a possível pendência não se resolveria entre nenhum dos dois poetas assinalados, porém em favor de Ferdinand Denis.
Estudamos o assunto em nossa "Revisão de Castro Alves". Temos que voltar, pois, às ideias fundamentais que a este propósito expendemos neste livro. Dizíamos então:
"O prefácio de Cromwell do Romantismo Brasileiro não foi lançado em 1836 como afirmam os compêndios Suspiros Poéticos e Saudades..., mas em 1824 por um livro de Ferdinand Denis, cuja importância na gênese desse momento de nossa evolução literária mereceu já um estudo de Paul Hazard. O livro em questão e que é de significação fundamental, intitula-se "Scènes de la Nature sous les Tropiques et leur influence sur la Poésie" cujas ideias são corroboradas por seu "Resumé de l'Histoire du Portugal et du Brésil".
O primeiro é marcado pela tradição da influência mesológica, não sendo de molde a deixar dúvidas a citação em epígrafe, de Humboldt: "Não se poderia duvidar que o clima, a configuração do solo, a fisionomia dos vegetais, influam sobre o progresso das artes e sobre