O Brasil literário: História da literatura brasileira

o estilo que distingue as suas produções." E faz uma exaltação retórica da grandeza e da luxúria da nossa selvagem paisagem romântica, plenamente na linha de Rocha Pita e de todos os nativistas do período colonial, prenunciando de maneira ainda clara Domingos Magalhães, Gonçalves Dias e Castro Alves. O "nosso céu tem mais estrelas" nasce positivamente com Ferdinand Denis para quem "os rios aqui correm suas águas com mais majestade, as florestas aqui são mais vastas, as montanhas mais elevadas" e além: "os animais são revestidos de roupagem mais variada, os pássaros ornados de plumagem mais brilhante" e ainda "o próprio céu se enfeita de fogos que têm mais brilho..." Raízes longínquas do "me-ufanismo" e do próprio Hino Nacional.

E a tarefa dos poetas do Novo Mundo está aí visível: que grandes eles seriam no dia em que se aproveitassem desta natureza como Bernardin de Saint Pierre e Chateaubriand! Denis publica ainda, em 1826, um resumo da história literária do Brasil (juntamente com a de Portugal) em que faz uma exortação nacionalista aos brasileiros. Começa por proclamar que a América "deve enfim ser livre em sua poesia como em seu governo".

E para que se consiga esse objetivo, recomenda o abandono do obsoleto aparato mitológico e a entrega, em plenitude, à "natureza americana".

E Wolf aplica rigorosamente, transpondo-as para a crítica literária as vistas românticas de Ferdinand Denis.



JAMIL ALMANSUR HADDAD

"Entre as suas obras destacam-se: Ueber die neuesten Leistungen der Französen für die Herausgabe ihrer National-Heldengecichte; Die Sage von Bruder Rausch, em colaboração com Endicher; Floresta de rimas modernas castelhanas