das tropas portuguesas que continuaram na Bahia, no Maranhão, no Pará e em Montevidéu, o país inteiro, das fronteiras do Pará ao Prata, reconheceu-o como tal. Todos os partidos esqueceram-se de suas discórdias para se reunirem contra os portugueses. José Bonifácio continuou fiel ao imperador, secundou-o energicamente e dirigiu, como ministro, todas as reformas. Mas depois da reunião das Câmaras, a 17 de abril, os debates relativos à constituição levaram logo a dissensões. Esboçaram-se os partidos e começaram a combater, com todo o ardor que se poderia esperar de pessoas sem experiência parlamentar. Dois partidos principalmente entrechocavam-se encarniçadamente: o da monarquia e da centralização e o que exigia uma constituição democrático-federalista. José Bonifácio, embora ministro e amigo do imperador, pôs-se à frente deste último, que contava com a maioria. O outro partido, no entanto, não deixava de ser temível, o que se devia à firmeza, ao bom entendimento e à probidade de seus representantes. José Bonifácio combateu-o com toda a energia e paixão de que era capaz. Deixou-se mesmo levar a servir-se de uma populaça exaltada para forçar o imperador a deportar contra todas as leis, Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e Januário Cunha Barbosa. Como acontece ordinariamente que a democracia, uma vez no poder, age mais arbitrariamente que o absolutismo, José Bonifácio organizou um despotismo mais pesado ainda que o sistema colonial. Porém, mais ele se apaixonava, mais crescia o número de seus inimigos. Este ministro prova-nos, mais uma vez, que as paixões políticas são o que há de mais violento e perverso, pois ofuscam e deterioram os espíritos mais lúcidos e mais cultos e arrastam um caráter nobre