O Brasil literário: História da literatura brasileira

e que nada almeja além do bem público, às medidas mais condenáveis e prejudiciais.

As violências do ministério José Bonifácio cresciam ainda mais com a oposição que se lhe fazia. Finalmente, o imperador decidiu conceder-lhe demissão e substituí-lo por um conselho mais moderado e conciliador. Os perigos exteriores se haviam dissipado e tratava-se agora de encaminhar o país numa rota de desenvolvimento mais calmo e menos precipitado.

Esta demissão, que José Bonifacio recebeu a 17 de Julho de 1823, feriu profundamente o seu amor próprio e foi um poderoso motivo para se pôr à frente da oposição e fazer guerra encarniçada ao novo ministério. Esta oposição reunia todos os matizes do partido democrático, que, em vez de fazer progredir a grande obra da Constituição, aproveitava-se de todas as oportunidades para arrastar o ministério por discussões sem fim.

Para pôr termo a esta agitação, o imperador decidiu decretar a dissolução da Constituinte que se havia mostrado incapaz e a outorgar uma Constituição. A 12 de Novembro de 1823, dia da dissolução, fez ainda prender José Bonifácio, seu irmão e seus amigos e que foram transportados para a França a bordo do "Luconia".

Esta decisão tinha sido arbitrária, é verdade, e ditada apenas pelo interesse que se tinha pelo bem público, mas José Bonifácio só viu aqui um justo revide do que fizera padecer aos outros. Não se pode duvidar de que ele tivesse sido movido pelas melhores intenções em prol de sua pátria ou pelo menos pelo que compreendia por este nome, mas não soube observar a distância que ia entre a realidade e seu ideal. A escolha de seus meios era, além de ilegal, imprudente. Prestou