As poesias de José Bonifácio são, é verdade, cheias de alusões mitológicas, concebidas no gosto dito clássico e, às vezes, demasiado ampulosas. Porém, em muitas delas transparecem a simplicidade e o caráter enérgico de seu autor. Citemos, a este propósito, suas odes patrióticas e políticas, como as intituladas "Aos Gregos" e "Aos Baianos". É nesta ultima,(168) Nota do Autor como na "Ao poeta desterrado" que não é menos bela, que reconhecemos melhor o estado de alma do poeta por esta época, suas aspirações em relação à pátria distante a consciência de seu valor moral, seu orgulho ferido, seu ódio apaixonado pelo partido que o derrubara, e a esperança de que, se morresse no exílio, sua pátria não seria menos livre e reconheceria, enfim, o que ele havia feito por ela. Estas poesias provam-nos ademais que José Bonifácio, embora não tivesse começado a escrever a não ser em idade avançada, nem por isso desconhecia os segredos da versificação. E que sem ter nascido