O Brasil literário: História da literatura brasileira

Suas opiniões e sua atividade, dirigidas unicamente para o bem público, foram mais apreciadas durante os últimos quinze anos de sua vida, quando as tempestades políticas se haviam sensivelmente acalmado. Foi nomeado examinador sinodal, historiógrafo do império e, com a maioridade de D. Pedro II, diretor da biblioteca imperial. Sua atividade era, na verdade, de uma extensão espantosa. Ao lado de seus trabalhos oficiais, de suas funções políticas, universitárias e eclesiásticas, encontrou tempo e força para fazer progredir a cultura intelectual de sua pátria, com a fundação de novas instituições de utilidade pública.

É assim que a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional lhe deve grande parte de sua prosperidade. Foi por muito tempo o seu secretário e redigiu um jornal "O Auxiliador", no qual se encontram numerosos artigos de sua autoria. Januário teve também a maior influência sobre a fundação do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro e contribuiu razoavelmente para a melhoria do gosto, com a maneira pela qual o dirigiu.

Um dos seus primeiros títulos de glória é a fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. A sessão de abertura teve lugar no dia 25 de novembro de 1838. Januário foi nomeado seu primeiro secretário e, ao mesmo tempo, redator da "Revista do Instituto", fonte inesgotável para a história e a geografia brasileiras.

Reeleito deputado, ocupava-se de uma reforma de instrução pública, quando a morte veio muito cedo dar fim a uma vida tão bem empregada. Expirou a 22 de Fevereiro de 1846.

O Instituto honrou sua memória colocando seu busto na sala de sessões e sendo pronunciado seu panegírico a 6 de Abril de 1848, enquanto os poetas