havia ninguém que não admirasse a dicção escolhida, o estilo correto, a inspiração sempre sustentada, a ilustração sempre abundante, a boa escolha e o esplendor das imagens, a argumentação enérgica do grande pregador brasileiro. Não havia quem resistisse à sua eloquência arrebatadora, às vezes, rápida como um relâmpago, outras suave como o orvalho da manhã, tendo sempre como resultado fazer renascer a esperança em nossos corações. Não havia ninguém, enfim, a quem a leitura dos sermões de Monte Alverne não desse a um tempo a impressão de estar diante de um sábio eclesiástico, de um profundo filósofo e de um poeta entusiasta".
Se nos for permitido acrescentar algumas palavras a um julgamento de tamanho peso, diremos que admiramos nos discursos de Monte Alverne, não apenas a imaginação e o calor particulares aos meridionais, como a harmonia da dicção, mas ainda a medida, a dignidade, a força, a ausência completa de entumescimento, a disposição e a argumentação agindo, é verdade, antes sobre o sentimento que sobre a razão, qualidades tão raras em habitantes de climas quentes e que provam em quem as possui a existência de um espírito filosófico, um grande tato psicológico e uma habilidade dialética considerável.