O Brasil literário: História da literatura brasileira

chegam ao cume de uma colina, donde veem brilhar um grande fogo perto de uma choupana, e notam em torno numerosas senzalas. Aimbire diz então a seu companheiro: "É na choupana que mora o senhor cruel; os miseráveis escravos habitam estas cabanas". Este senhor é o português Brás Cubas a que o pai de Aimbire se coloca diante da janela, emboscado na espera de sua presa. Logo depois, um homem sai da casa. Aimbire o reconhece, apanha-o com seu punho de ferro, leva-o para casa onde estava a urna e diz-lhe: "Olha, Brás Cubas, reconheces-me?" Este implora a compaixão do selvagem, que lhe censura a dureza e as numerosas atrocidades que custaram a vida à mulher, aos pais, e ao amigo de Aimbire. Recorda ao português as frequentes ameaças de morte, proferidas contra ele durante o tempo em que a piedade filial o retinha ao lado dos seus. "Cabe a ti, Brás Cubas", disse ele, "expiar a culpa e morrer na minha mão".

No momento em que Aimbire resolveu matar o prisioneiro, vê atirar-se contra eles uma jovem quase nua, que com seu corpo cobre o português, gritando: "Compaixão, compaixão de meu pai". É Maria, filha de Brás Cubas. À sua vista, o índio recua, olha espantado, sente sua cólera mudar-se em piedade e diz à jovem, estendendo-lhe os braços: "Maria, pobre Maria, és tu minha filha?" Depois, lança um olhar para seu pai e pronuncia estas palavras desviando-se: "Não é o teu sangue que me saciará; partamos, Parabaçu". Os dois índios se afastam, levando os ossos do pai de Aimbire. No caminho, este explica a seu companheiro, porque desistiu da vingança. Compadeceu-se