à vista de Maria, que ele outrora carregara nos braços, tinha até conhecido sua mãe, igualmente indígena, que cresceu com sua filha, e frequentemente abrandou seus sofrimentos e chorou com ele sobre a tumba de seu pai, cobrindo-a de flores. É certamente uma feliz ideia esta de caracterizar a humanidade natural e isenta de sentimentalidade, como a de mostrar o heroísmo rude e grosseiro, deixando-se subjugar pela doce influência desta virtude.
No dia seguinte, os dois índios chegaram, enfim, ao promontório de Cairuçu, que trazia o próprio nome do pai Aimbire. Foi lá, diante do mar, que este enterrou os ossos que trazia. Depois, marcou o lugar com uma pedra grande e implorou por ela a proteção do ser Supremo. Tupã ou Deus. Conjurou-a a fulminar o estrangeiro que se atrevesse a tocá-la. Cumprido este ato de piedade filial, os dois amigos voltaram ao campo.
Suas apreensões a respeito da sorte de Iguassu eram muito fundadas. Não apenas estava prisioneira, como tinha sido dada ao devasso Francisco Dias, que a atormentava de todas as maneiras para castigá-la de ter resistido à sua luxúria. É era vão que o nobre e doce Anchieta procurava melhorar sua sorte e persuadir Francisco Dias de livrá-la. Este não fez mais que rir-se dele e do perigo que fazem correr a S. Vicente os índios que se aproximam. É em vão que o missionário e seu confrade Nóbrega exortam os portugueses a abrandarem os indígenas com sua conduta cristã, sua justiça e sua clemência.(241) Nota do Autor