Macedo nasceu a 24 de junho de 1820 em S. João de Itaboraí, vila da província do Rio de Janeiro. Forma-se em Medicina na Corte e ocupa a cadeira de História do Brasil e de Geografia, no colégio Pedro II. Desde 1854 é deputado na Assembleia do Rio de Janeiro e um dos membros mais ativos do Instituto Histórico e Geográfico. Entre 1851 e 1856 foi o primeiro secretário deste erudito cenáculo. No último ano foi eleito orador e um dos vice-presidentes.(262 a) Nota do Autor
Fez-se conhecer como poeta lírico, a princípio, por algumas poesias publicadas na \"Minerva Brasiliense\", \"Guanabara\" e outras revistas e que não aparecem em outras partes, ao que sabemos. São eróticas. Ora o vemos versejar com graça maliciosa, ora se entrega àquela melancolia particular aos meridionais — a saudade. Mas seus versos são sempre tão leves e de tão boa estrutura, que se diria que seu autor nunca falou outra linguagem.
Macedo publicou, sob o título de \"A Nebulosa\" (Rio, 1857, 8°) um poema que produziu grande sensação. Apesar de suas partes épicas e dramáticas, é preciso enquadrá-lo na poesia lírica, descritiva.
Este poema se compõe de seis cantos e de um epílogo em endecassílabos brancos.
O canto primeiro (\"A rocha negra\") começa com uma descrição do teatro da ação. Numa baía, sobre os lados da qual parecem pender ameaçadoras fileiras de rochedos iguais a gigantes petrificados, eleva-se entre os blocos, cujo ápice ultrapassa o nível do mar, um rochedo mais alto que os outros, de aspecto árduo e sombrio. É teatro de uma velha tradição. Ali morava uma mulher louca, \"sabida em mágicas tremendas\".