O Brasil literário: História da literatura brasileira

jamais, mas que eu descobrirei!" responde o fantasma, repetindo as últimas palavras como um eco.

O "Trovador" reconhece então que não é um pescador, mas uma barca, a pessoa que se aproxima dele três noites consecutivas e que é a voz de uma mulher que lhe respondeu, zombando. Para enfrentá-la, o "Trovador" recomeça a cantar, mas o fantasma repete seus sinistros pressentimentos. Quando ele quer descer do rochedo, encontra-se, de repente, em presença desta mulher misteriosa; quer segurá-la, mas a figura branca que tem diante de si adverte-o de não fazer nada, pois que ela é encantada. Depois, apontando o mar com seu dedo de cristal, ela grita: "Pertenço à Nebulosa!"

O segundo canto tem por título "A Douda". É o fantasma que o "Trovador" viu durante três noites. Sua mãe, sem recursos e repelida em toda a parte, tinha chegado um dia àquela paragem e a tinha dado à luz, numa caverna da baía, mas seu filho tão belo havia perdido a razão. Então, "A Nebulosa" apareceu-lhe e prometeu dotá-lo de força mágica, de desvendar-lhe o futuro e de revelar-lhe todos os seus segredos, se ele quisesse prometer obediência completa e consagrar-lhe sua filha. A desgraça desta pobre mulher levou-a a consentir nisto e "A Nebulosa" tinha selado o pacto com um beijo de fogo que deixou na fronte da mãe e da filha um sinal negro. A primeira tinha se tornado uma feiticeira temível, a segunda, uma fada e a favorita da "Nebulosa". Enquanto permanecer na terra, continuará jovem e bela. O sinal que aparece em sua fronte será mesmo, um dia, arrebatado pela espuma do mar, quando depois de sua morte fizer a entrada no reino de "A Nebulosa" e de sua amiga, a lua, para levar como uma ondina uma vida de alegrias e prazeres. Em troca, sua vida terrestre deve passar