O Brasil literário: História da literatura brasileira

O "Trovador" continuou: "Fiz-me então trovador, meus cantos celebravam minha amante, encantavam todos os homens, mas ela só respondeu com o eterno "jamais". Fui procurar pela terceira vez a feiticeira, porém, ela estava morta." "Mas," gritou a "Douda", "ouviste uma voz dizendo: Teus males são sem remédio. Morrerás deste amor, mas alguem morrerá contigo, era minha voz."

O "Trovador" suplica então à Douda que lhe prepare um filtro que ganhe o coração de seu amante. "Há dez anos" disse ele, "que eu não vejo minha mãe; não sei mesmo se ela vive ainda. Meu amor fez que eu me esquecesse dela, meus grandes feitos, minha glória de trovador, minha vida e a salvação de minha alma. Sinto mesmo que este amor é uma vergonha e leva-me ao crime, mas sou fraco demais para rompê-lo. Escuta, mulher, que ninguém te chame de louca! Não és louca! Seja por mim um anjo ou uma fada, inventa uma bebida mágica, contenta meu amor, e tudo o que eu possuo é teu."

É em vão que a Douda responde que ela é fada, estigmatizada e réproba de Deus. Ele persiste em sua súplica. Coberta de dores, cai a seus joelhos e grita: "Cedo ao destino. A Nebulosa predisse, escreveu sobre as vagas, ela que não mente nunca, que não há remédio aos teus sofrimentos e que as fadas possam preparar. No entanto, quero fazer uma tentativa, que ninguém me poderá pagar. Não podes conceber o que ela me custa. Sinto-o e Deus o sabe. Irei encontrar a mulher que adoras, falar-lhe-ei, e se eu conseguir comovê-la, tanto melhor para nós dois." O "Trovador" cai de joelhos, mas a "Douda" fá-lo levantar-se e diz-lhe, tristemente, despedindo-se: "Não te humilhes assim, nem mesmo diante de uma fada. É só diante de Deus que um homem deve dobrar os joelhos. Ao crepúsculo, irei ao vale que conheces, e lhe falarei. A lua precipita-se