das "óperas do judeu," (v. cap. IV) condenado a fogueira pela Inquisição. Depois, "O Ipiranga", proclamação da independência do Brasil, na planície do Ipiranga. Em quinto lugar, "A festa do Cruzeiro", fundação da ordem do Cruzeiro do Sul. Em sexto lugar, "Os Guararapes", derrota dos holandeses pelos heróis de Pernambuco, principalmente nas duas batalhas que tiveram lugar nos dias 19 de Abril de 1648 e 19 de fevereiro de 1649, perto de Guararapes, cadeia de colinas não longe de Recife. Apenas o quarto poema, "A visão do proscrito", celebra um herói conhecido de todo o mundo civilizado, Napoleão em Santa Helena.
Já falamos destes poemas e já lhes demos o nome de épicos, porque o próprio autor os designou assim. E, além disto, porque a escolha dos assuntos e da forma (endecassílabos brancos) garante-lhes, de início, um lugar neste gênero literário. No entanto, não lhes renderíamos justiça julgando-os como tal. Faltam a eles as primeiras condições da epopeia, não têm nem a calma, nem a simplicidade, nem a objetividade, nem a ordem da narração que a caracterizam. Os fatos aqui são mais supostos que conhecidos. O autor contenta-se de tomar uma situação e de orná-la com as cores mais ricas de sua paleta. O tom é lírico no mais alto grau e eleva-se mesmo ao do panegírico. Todas estas boas qualidades evidentes, desde que coloquemos estas obras entre as produções destinadas a celebrar liricamente os heróis, tornam-se de feitos marcados, quando se trata de poemas épicos. Como prova do que adiantamos. leia-se o primeiro, "A cabeça do mártir". É o mais belo, e, ao mesmo tempo, o que se aproxima relativamente mais do tom heroico. O poeta só nos apresenta aqui a catástrofe de seu assunto. Leva-nos à aurora da manhã da execução de Xavier, cuja cabeça exposta à vista de