O Brasil literário: História da literatura brasileira

a piedade dos céus. Um raio cai sobre um cedro vizinho e começa o fogo. Ao lado, via-se o jovem arqueiro, o galho inflamado tinha-o morto na queda. Coapara gritou ainda uma vez: "Mau agouro para um dia de noivado'." Tal foi o fim do primeiro dia de bodas.

O quarto canto descreve as alegrias de amor e o segundo dia de núpcias, que os recém-casados passam cheios de encantamento.

Na manhã do terceiro dia, Corimbaba deixa a esposa que ainda dorme para, conforme os seus hábitos, ir à caça com seus amigos. Miriba despertada por um mau sonho e não vendo o esposo, precipita-se em seu encalço na direção do túmulo de sua mãe, onde o índio toda a manhã vai fazer sua prece. Encontra-o ainda ali e presa de sombrios pressentimentos, pede-lhe renunciar à caça aquele dia e não deixá-la. Foi em vão, pois Corimbaba tinha se comprometido com seus companheiros e não quis expor-se às suas zombarias. Profundamente aborrecida, a jovem volta para perto da sogra, conta seu sonho, mas não consegue obter descanso, não obstante os consolos que lhe são prodigalizados.

Corimbaba encontra os seus companheiros reunidos e zombando de seu atraso. Entram em suas canoas e partem para a região afastada onde esperam obter boa caça. Desembarcam, dispersam-se para começar a caça e o herói do poema escolhe para este fim uma moita que há cinquenta anos homem nenhum atravessou, porque nela se ouvem vozes de fantasmas. Isto não impediu que Corimbaba aí penetrasse. De repente, vê um velho, sentado perto de um tronco de árvore, todo envolvido de folhagens, a barba e os cabelos flutuantes, e cuja exterior inspira respeito. A princípio, ele parece não notar o índio, mas este lhe dirige a palavra