O Brasil literário: História da literatura brasileira

oráculo lhe anuncia o futuro em termos muito obscuros. O índio volta ao velho que explica a verdade das alegorias. São, conforme explica, emblemas da vida humana, da procura vã da felicidade, da falta de conhecimento de si mesmo, da cegueira que as paixões produzem, principalmente o amor e o ciúme — mas interrogado sobre o sentido do oráculo, contenta-se de dizer: "Não escutes as insinuações da serpente. Deus sabe o resto e o tempo te ensinará."(280) Nota do Autor

Então, o solitário se afastou. Corimbaba alcança seus companheiros, com quem volta para casa, a uma hora muito adiantada.

No entanto, Miriba tinha esperado a chegada de seu esposo com uma inquietude que aumentava com o cair da noite. De repente, abre-se à porta. "É ele", diz ela abrindo, porém vendo que era um estranho, ergue um grito e cai desfalecida em seus braços. Era aquele que acreditava morto há muito tempo, o pai de Miriba, que se havia salvo e tinha, enfim, chegado a saber onde estava a sua filha. Quando esta desperta, não podia mais duvidar. Não é um fantasma que ela tem diante de si, mas seu pai que relata suas aventuras e suas buscas. Então, ela se entrega à alegria mais pura e abraça ternamente o autor de seus dias.

Entrementes, Corimbaba havia se aproximado de sua casa. Viu através da janela aberta, sua esposa nos braços de um homem. Ele escuta quandoogrita: "Amar-te-ei sempre do mesmo amor!" A serpente do ciúme apodera-se dele e acredita-se traído. Ébrio de furor,