enérgica, ardente, livre, até a emancipação, foi cedo introduzida na alta sociedade, cujos defeitos o pai lhe apontava. Ela zomba do amor, encara-o como ficção, convenção ou pura mentira. Não obstante, se apaixona violentamente por um moço louro, que ama sua amiga e que é por ela amado. O poeta desenvolveu bem este conflito de caracteres e situações e, principalmente, sua influência salutar sobre Raquel que tem a generosidade e a força de domar sua paixão. Ela se curva diante da força e a verdade do amor e resigna-se mesmo a proteger a felicidade de sua amiga, sem revelar-lhe o sacrifício que lhe faz.
No romance Rosa (apareceu antes como suplemento, nos anos de 1849 a 1853, do "Guanabara", e depois à parte, Rio de Janeiro 1854, 2 vols. in-2), os caracteres são mais carregados, enquanto que o humor malicioso que reina em todo ele, e um diálogo transbordante de espírito, fazem pensar que o autor esteve na escola de Pigault Lebrun. Como são brilhantes e espirituais, por exemplo, a introdução de sua heroína e as palavras do poeta sobre o poder das "belas"!
Macedo escreveu ainda os romances seguintes: Os dois amores, Romance brasileiro (Rio de Janeiro,1848, 2ª ed., 1854, 2 vol. 8), Vicentina (Rio de Janeiro, 1853, 2ª ed., 1859, 3 vol. 12), e a Carteira de meu tio (viagem fantástica — Rio de Janeiro, 1855, 2ª ed., 1859, 2 vol. 16) testemunham sua fertilidade, como seu talento para este gênero literário.
Como Macedo, Antônio Gonçalves Teixeira e Souza, de que falamos tantas vezes em sua qualidade de poeta lírico e dramático, encontrou no romance um gênero que melhor convém a seu gênio.
A força de Teixeira e Souza reside, acima de tudo, na invenção de intrigas complicadas, de "imbroglios" interessantes,