exemplo, a aninga (Arum), com suas folhas largas, cordiformes; em cima de grandes caules, e a murici, mais baixa, justamente à beira d’água.
Saímos do canal chamado Rio Aturiá e entramos num outro de aspecto semelhante, o Rio Tajapuru; no correr do dia devemos chegar ao pequeno povoado desse nome, que será o nosso segundo ponto de parada.
22 de agosto — Ontem, passamos o dia todo no povoado acima referido. Ele é apenas constituído pela casa de um negociante brasileiro (93)Nota do Autor, que aqui reside em companhia de sua família, só tendo como vizinhos os índios moradores numas choças da floresta mais próxima. Causa admiração, à primeira vista, que alguém se isole assim nessa solidão. Mas o comércio da borracha é aqui vantajosíssimo. Os índios retalham as árvores para extrair-lhes a seiva como nós o fazemos com as nossas maples fornecedoras de açúcar, e trocam o produto delas por vários artigos do nosso uso doméstico. O dia que passamos em Tajapuru foi muito bem sucedido, sob o ponto de vista científico, e aumentaram-se as coleções mais uma vez com espécies novas. Por mais que se tenha falado sobre o número e variedade dos peixes do Amazonas, ainda assim achamos a sua fauna mais rica do que dizem. Para aqueles de meus leitores que desejam acompanhar os trabalhos científicos da expedição tanto quanto o enredo de nossas aventuras pessoais, transcrevo aqui uma carta sobre o assunto, escrita por Agassiz ao Sr. Pimenta Bueno, o generoso amigo a quem ele deve em grande parte as facilidades que tem desfrutado nesta viagem.