ao Presidente. A sua visita deu ocasião a grandes regozijos, e houve, nessa mesma tarde, um baile em sua honra. Os índios lhe trouxeram de presente uma porção de caças. Que profusão de cores vivas! não era uma fieira de aves, mas um esplêndido buquê. Era composto inteiramente de tucanos, de bico amarelo e encarnado, olhos azuis, peito de fina penugem de puro carmesim, e papagaios de vivas cores: verde, cinzento, azul, púrpura e vermelhão. Terminada a refeição, fomos tomar café fora da mesa, e os nossos lugares foram tomados pelos convidados índios que, por sua vez, se sentaram para jantar. Dava gosto se ver com que perfeita cortesia a maioria dos brasileiros da nossa condição social serviam em pessoa a essas senhoras índias, passavam-lhe os pratos, ofereciam-lhe vinhos, tratando-os com a mesma delicada atenção que teriam para com as mais altas damas da terra. As pobres mulheres se sentiam esquerdas e embaraçadas; apenas ousavam tocar nas lindas coisas colocadas diante delas. Enfim, um dos cavaleiros serventes, que muito tempo viveu entre os índios e conhecia os seus costumes, tomou das mãos de uma delas o garfo e a faca e exclamou: "Nada de cerimônias! Fora o acanhamento! Comam com as mãos, como estão acostumadas e encontrarão, com o apetite, os prazeres da mesa!" Este discurso foi muito apreciado; as damas se puseram logo à vontade e fizeram honra aos pratos. Os índios que vivem na vizinhança das cidades conhecem os usos da civilização e sabem muito bem o que é um talher, mas nenhum deles, podendo, gosta de usá-lo.
Baile
Terminado o jantar, tiraram-se as mesas e se varreu o terraço; a orquestra composta dum violão, duma flauta