Viagem ao Brasil, 1865-1866

convites para almoçar. Na partida, a nossa hospedeira índia me trouxe um bonito cesto de ovos e "abacatys" (sic) ou "peras de jacaré” (134)Nota do Tradutor

Entramos em casa justamente na hora da refeição da manhã, que reúne a todos, pessoas que se divertem e pessoas que trabalham. Os caçadores voltaram da floresta de carregados de tucanos, papagaios, periquitos e grande variedade de outras aves, e os pescadores trouxeram numerosas preciosidades novas para Agassiz.



Vida nas florestas

29 de outubro — Ontem, depois do almoço, recolhi-me ao quarto em que passei a noite, esperando poder escrever algumas cartas e completar o meu diário. O quarto já estava ocupado pela velha senhora e suas visitas que, deitadas nas redes ou no chão, fumavam seus cachimbos. A casa está realmente cheia a não mais poder, pois todos os que vieram para o baile aqui ficarão enquanto durar a visita do Presidente. Com esse modo de viver não é difícil alojar grande número de pessoas. Os que não encontram lugar dentro de casa, vão pendurar fora suas redes, embaixo das árvores. Ao entrar outro dia em casa, não pude deixar de me deter alguns minutos para contemplar um grupo encantador formado por uma jovem mãe e seus dois filhinhos, adormecidos em seus braços, todos os três na mesma rede, ao ar livre. Minhas amigas índias tomavam grande interesse nas minhas ocupações, interesse que era mesmo demais para não me interromperem; ficavam extasiadas diante dos meus livros. Trazia comigo, por acaso, o Naturalista no Amazonas, mostrei-lhes algumas vistas de lugares conhecidos delas e alguns desenhos de insetos; encheram-me de perguntas sobre a minha pátria,