Viagem ao Brasil, 1865-1866

e as grandes cidades não se improvisam em meio século, como entre nós.



Previsões de Humboldt

Humboldt, na narração de sua viagem à América do Sul, escreveu:

Depois que deixei as margens do Orinoco e do Amazonas, iniciou-se uma nova era no desenvolvimento social dos Estados do ocidente. Às fúrias das dissensões intestinas, sucederam as bênçãos da paz e a liberdade das artes e das indústrias. As bifurcações do Orinoco, o Istmo de Tuamini, tão fácil de rasgar por um canal artificial, fixarão dentre em pouco as atenções do comércio europeu. O Cassiquiari, tão largo como o Reno, deixará de ser um inútil canal navegável numa extensão de 180 milhas (290 km), entre duas bacias de área igual a 190 mil léguas quadradas. Os grãos da Nova Granada serão transportados para as margens do Rio Negro; navios, partindo das nascentes do Napó ou do Ucaiale, dos Andes de Quito ou do Alto Peru, virão fundear nas bocas do Orinoco, depois de percorrerem uma distância igual a que separa Marselha de Tombuctu.

Tais eram as previsões desse grande espírito. Isso há mais de sessenta anos! E, hoje, as margens do Rio Negro e do Cassiquiari continuam igualmente luxuriantes e desoladas, tão fecundas quanto desertas!...



Flores selvagens

8 de janeiro de 1866 — Manaus — A necessidade

de alguns dias de repouso, depois de tantos meses de ininterrupto trabalho, reteve Agassiz aqui uma semana. Para nós isso proporcionou a ocasião de renovar os nossos passeios pelos arredores de Manaus, completar